segunda-feira, 30 de abril de 2012

Revolução Industrial

Iniciaremos agora os trabalhos da nossa agência de Detetives da História e o nosso primeiro trabalho será investigar os fatores que contribuíram para que a Inglaterra fosse o país pioneiro no processo de industrialização.
            Para isso iremos investigar alguns sites e blogs que circulam na rede, além dos livros que dispomos na nossa biblioteca.
           A 1ª fase da nossa investigação será compreender porque a Inglaterra se tronou o primeiro país a iniciar o processo de industrialização, para isso você terá que acessar as seguintes páginas:

Vídeos de introdução ao assunto

1º Fator

 2º Fator

3º Fator

4º Fator
Acessar o blog: Ateliê de História
Arquivo: Atividades para o 8° Ano
Titulo: Cercamentos

5º Fator
Escrever no site de busca - de preferência o Google:
Capítulo VI. Industrialização Clássica I: Europa I
E leia o texto: Indústria, recursos minerais e urbanização

As condições de vida

Após a análise dos vídeos e da leitura dos sites faça um pequeno texto sobre os fatores que contribuíram para o piomeirismo inglês na Revolução Industrial. 

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Otzi - o "homem de gelo"

Artigo publicado na SCIENTIFIC AMERICAN Brasil, (Edição 13 - Junho de 2003) sobre o corpo de um homem que viveu na "pré-história" a aproximadamente 5 mil anos, na fronteira da Áustria com a Itália.


A saga revivida de Ötzi, o Homem do GeloOnde ele vivia e o que fazia no desfiladeiro onde morreu? Um estudo meticuloso - principalmente dos restos vegetais encontrados em seu corpo - reformula muitas das especulações iniciais.
por Jim Dickson, Klaus Oeggl e Linda Handley
Num dia claro de setembro de 1991, um casal de montanhistas caminhando pela cordilheira dos Alpes deparou-se com um cadáver. Autoridades locais presumiram ser o corpo de um dos alpinistas que desaparecem todo ano nas fendas entre as geleiras da região. Mas depois de enviarem o corpo para uma cidade próxima, Innsbruck, na Áustria, Konrad Spindler, arqueólogo da universidade local, declarou que o cadáver era pré-histórico. A vítima, um homem, morrera há milhares de anos. Spindler e outros pesquisadores deduziram que o corpo e objetos que ele carregava foram preservados até que uma tempestade de poeira vinda do Saara e um período excepcionalmente quente se combinaram para derreter o gelo, expondo o corpo.
Corpos bem preservados da Europa do Neolítico, até então nunca haviam sido encontrados. O Homem do Gelo é muito mais antigo que os homens da Idade do Ferro das turfeiras da Dinamarca e precede até as múmias egípcias. Quase tão impressionante quanto sua idade, foi encontrar suas roupas e acessórios.
Na excitação que se seguiu à descoberta, sobraram especulações na imprensa e no mundo acadêmico. De acordo com a hipótese de Spindler, o homem teria fugido para a segurança das montanhas depois de ser ferido numa luta em sua aldeia. Era outono, interpretou Spindler, e o homem procurou refúgio nas pastagens elevadas para onde levava seus rebanhos no verão. Ferido e em estado de exaustão, caiu no sono e morreu sobre um rochedo, onde foi encontrado cinco mil anos mais tarde. A impressionante preservação do corpo teria resultado de uma tempestade de neve que o protegeu dos abutres, seguida de rápido congelamento-ressecamento.
Como a singularidade da descoberta não foi imediata, a forma como o cadáver foi retirado do gelo destruiu muitas informações arqueológicas e afetou o próprio corpo. Uma escavação mais completa do sítio foi feita no verão de 1992 e revelou muitas evidências valiosas, entre as quais grande quantidade de material orgânico (sementes, folhas, madeira, musgos). Agora, depois de uma década de pesquisas de laboratório com esses restos, incluindo resíduos retirados dos intestinos do Homem do Gelo, alguns fatos substituem as primeiras impressões por uma história mais consistente.
Quem Era Ele?
O CASAL DE MONTANHISTAS DESCOBRIU o corpo a 3.210 metros acima do nível do mar no maciço de Ötztal (Alpes Orientais), o que lhe valeu o apelido de Ötzi. A apenas 92 metros ao sul da fronteira austro-italiana, a depressão rochosa e superficial que abrigava o corpo fica perto de um desfiladeiro chamado Hauslabjoch, entre o Schnalstal, na Itália (Val Senales, em italiano) e o Vertental na Áustria (ver o mapa da pág. ao lado). Ötzi estava numa posição estranha, caído de bruços sobre o rochedo, o braço esquerdo dobrado para o lado direito, e a mão direita presa embaixo de uma pedra grande. Seus objetos e roupas, também inteira ou parcialmente congelados, estavam espalhados à sua volta, alguns a vários metros de distância. Datações de carbono do material vegetal junto ao corpo e das amostras da pele e dos ossos de Ötzi, feitas por três laboratórios diferentes, confirmam que ele viveu há cerca de 5.300 anos.
Outras características de Ötzi foram relativamente fáceis de descobrir. Com 1,59 metro, era um homem de baixa estatura, como muitos da região de Schnalstal são hoje em dia. Estudos de ossos mostraram que ele tinha 46 anos, idade avançada para as pessoas de sua época. A análise do DNA indica que era originário da Europa Central-Setentrional, o que pode parecer óbvio, mas é um dado que o diferencia dos povos mediterrâneos, cujas terras ao sul não ficam muito longe.
Ö tzi tinha uma anomalia congênita inusitada: faltava-lhe o último par de costelas, o 12º. A sétima e a oitava quebraram e depois colaram durante sua vida. Segundo Peter Vanezis, da University of Glasgow, o lado direito de sua caixa torácica está deformado, com indícios de fraturas na terceira e na quarta costelas. O braço esquerdo está quebrado. O fato de essas alterações terem ocorrido depois de sua morte está entre as consideráveis evidências que lançam dúvidas sobre a teoria de Spindler. Assim como a descoberta de que a perda de uma parte do couro cabeludo foi causada por pressão, e não por um golpe ou decomposição.
Deixando de lado as perguntas sem resposta envolvendo a morte de Ötzi, vários indícios sugerem que ele não estava em seu melhor estado de saúde quando morreu. Embora a maior parte de sua epiderme, os cabelos e as unhas tenham desaparecido, provavelmente deteriorados pela exposição à água durante degelos ocasionais, seus restos oferecem um bom material para pesquisa. O exame da única unha encontrada revelou três linhas de Beau, que aparecem quando o crescimento das unhas é interrompido e depois retomado. Essas linhas mostram que ele esteve muito doente três vezes nos seus últimos seis meses de vida e que o episódio final, cerca de dois meses antes de sua morte, foi o mais grave e durou pelo menos duas semanas. Horst Aspöck, da University of Viena, descobriu que ele foi infectado por um parasita intestinal que pode causar diarréia e até disenteria, embora não saibamos qual foi a gravidade da infecção.
Além disso, muitas tatuagens simples, feitas com pó de carvão, são visíveis na camada de pele por baixo da epiderme desaparecida. Essas marcas certamente não eram decorativas - mas provavelmente terapêuticas. Várias estão próximas ou sobre pontos da acupuntura chinesa, lugares onde ele pode ter tido artrite - a parte inferior da coluna, o joelho e o tornozelo direitos. A coincidência levou alguns pesquisadores a sustentarem hipóteses de um tratamento por acupuntura. Mas, segundo Vanezis e Franco Tagliaro, da Universitá di Roma, os raios X não mostram sinais convincentes de artrite. O dedo mínimo do pé esquerdo mostra evidência de ulceração produzida pelo frio. Os dentes de Ötzi são muito desgastados, um reflexo de sua idade e alimentação. Restos de duas pulgas foram descobertos em suas roupas. Não foram encontrados piolhos, mas, se havia algum, desapareceu com a epiderme.
Que Objetos Usava?
ANALISANDO AS ROUPAS E OBJETOS de Ötzi, pesquisadores puderam conhecer mais sobre ele e sua comunidade. Os objetos são uma prova do conhecimento que tinham das pedras, fungos, plantas e animais. E mostram que também sabiam como obter recursos de lugares mais distantes, como o sílex e minério de cobre. Graças a esses saberes, Ötzi estava extremamente bem equipado. Cada objeto em seu poder fora produzido com o material mais adequado para seus propósitos.
Além disso, ele estava muito bem preparado para enfrentar o frio, usando três camadas de roupas feitas de pele de veado e de cabra, e uma capa forrada da longa e resistente fibra da casca de tília. Seu chapéu era de pele de urso, e os sapatos, forrados de grama, combinavam pele de urso e cabra.
Ötzy levava um machado de cobre e um punhal de sílex oriundo do Lago de Garda, a mais ou menos 150 km ao sul. O cabo do punhal era de uma madeira usada até hoje para fazer cabos, por sua resistência. Seu arco inacabado foi feito com a melhor madeira para esse fim. Uma aljava de pele levava 14 flechas. Apenas duas tinham penas e pontas de sílex, mas ambas estão quebradas. Uma bolsa presa ao cinto continha material para fazer fogo: um fungo que cresce nas árvores, conhecido em inglês como true tinder fungus, pirita de ferro e sílex para produzir faíscas. Uma pequena ferramenta própria para amolar sílex também foi encontrada perto do corpo. Em correias de pele de animal, Ötzi carregava dois pedaços de fungo de bétula. O fungo contém compostos farmacologicamente ativos (triterpenos, e pode ter sido usado como remédio. Também havia fragmentos de uma rede, a estrutura básica de uma mochila e dois recipientes feitos de casca de bétula; um levava carvão e folhas de bordo norueguês ? talvez transportasse originalmente brasas envolvidas por folhas.
De Onde Era?
NESSA PARTE DOS ALPES, os vales situam-se ao norte e ao sul, entre cordilheiras de montanhas elevadas. Por isso a aldeia de Ötzi pode estar entre o norte e o sul. A evidência botânica aponta para o sul. Um sítio neolítico foi descoberto em Juval, um castelo da Idade Média localizado na extremidade sul de Schnalstal, 2 mil metros abaixo, mas a apenas 15 km em linha reta da depressão onde Ötzi foi encontrado. Os arqueólogos não escavaram o sítio nos tempos modernos e não foi feita nenhuma datação com carbono, mas Juval é o lugar mais próximo à depressão em que um grande número de plantas floríferas e fungos associados a Ötzi crescem ainda hoje. Não temos motivo para supor que não crescessem ali no passado. Talvez, por isso, seja o local onde Ötzi vivia.
Quando suas roupas foram analisadas, os exames revelaram muitos fragmentos de plantas, inclusive uma grande quantidade de Neckera complanata. Esse e outros musgos que ele levava crescem ao norte e ao sul do local onde Ötzi foi encontrado, mas as fontes do sul estão muito mais próximas. N. complanata viceja com abundância perto de Juval. Wolfgang Hofbauer, do Fraunhofer Institute for Building Physics em Valley, Alemanha, descobriu que esse musgo cresce - em quantidades menores - em Vernagt (Vernago), a apenas 1.450 metros abaixo do local e a somente 5 km de distância. E, mais recentemente, Alexandra Schmidl, do University of Innsbruck Botanical Institute, descobriu pequenos fragmentos de folhas do musgo Anomodon viticulosus em amostras retiradas do estômago de Ötzi. Esse musgo também cresce em Schnalstal.
Se Juval não for seu lar, vestígios de ocupação neolítica em locais bem próximos de Vinschgau (Val Venosta), o vale do rio Etsch (Adige), oferecem outras possibilidades. Em contraste, ao norte as aldeias conhecidas da Idade da Pedra que ficam mais próximas estão a dezenas de quilômetros, e não sabemos da existência de nenhuma aldeia neolítica no Ventertal ou em qualquer outra região do Ötztal. Se o lar de Ötzi era realmente na parte mais baixa do Schnalstal ou em Vinschgau, então sua comunidade vivia numa região de invernos amenos, curtos e geralmente sem neve, principalmente se, na época, o clima era um pouco mais quente.
Investigações feitas por Wolfgang Müller, da Australian National University, sobre a composição isotópica do esmalte dos dentes de Ötzi, sugerem que ele cresceu numa área, mas passou duas ou três das últimas décadas num outro lugar. Investigando isótopos estáveis e elementos-traço, Jurian Hoogewerff, do Institute of Food Research, de Norwich, Inglaterra, e outros pesquisadores, afirmaram que Ötzi provavelmente passou a maior parte de seus últimos anos no Ventertal ou nos vales próximos ao Norte. Se puderem ser comprovadas, são informações, no mínimo, intrigantes.
O Que Comia?
OS ESTUDOS EM ANDAMENTO sobre os restos de plantas retirados do trato digestivo oferecem evidência direta de algumas das últimas refeições de Ötzi. Um de nós (Oeggl) detectou farelo de um trigo primitivo chamado einkorn, tão fino que pode ter sido moído até virar farinha de fazer pão. Restos microscópicos de substâncias não identificadas até agora comprovam que ele também se alimentava de outras plantas. E Franco Rollo e sua equipe da Universitá de Camerino, na Itália, em seus estudos do DNA de resíduos de alimentos nos intestinos, reconheceram tanto o veado vermelho quanto a cabra montesa alpina (cabra selvagem). Lascas de ossos do pescoço da cabra montesa também foram descobertas perto do corpo de Ötzi. Junto dele também estava um único abrunho, uma fruta pequena e amarga, parecida com a ameixa. Ötzi pode muito bem ter levado uma provisão de abrunhos secos.
Vários tipos de musgo foram retirados do estômago, cólon e reto. Não existe evidência alguma de que humanos algum dia tenham comido musgos, certamente não como um componente importante de sua alimentação. Entretanto, há mais de 5 mil anos, não eram produzidos materiais para embrulhar, embalar, rechear ou enxugar. Os musgos são excelentes para esses propósitos, como revelaram muitas descobertas arqueológicas em toda a Europa: vários musgos encontrados nas fossas vikings e medievais eram claramente usados como papel higiênico. Se as provisões de Ötzi estivessem embrulhadas em musgo, isso explicaria perfeitamente, como uma ingestão acidental, as várias folhas e fragmentos de N. complanata encontrados nas amostras retiradas.
A análise arqueológica dos restos de cabelos e ossos, que examina a quantidade de isótopos estáveis de carbono e nitrogênio (carbono 13 e nitrogênio 15), pode dar informações sobre a alimentação de uma pessoa. O nitrogênio 15 revela o quanto o indivíduo dependia de proteína animal ou vegetal, enquanto o carbono 13 indica o tipo de planta que a pessoa comia e se os frutos do mar ou os alimentos da terra prevaleciam na dieta.Os dados isotópicos confirmam os outros indícios de que Ötzi tinha uma dieta mista de plantas e animais. Cerca de 30% do nitrogênio de sua alimentação eram de proteína animal, o resto de plantas. Esse valor é coerente com os encontrados entre as tribos de caçadores-coletores atuais. Esses dados indicam também que os frutos do mar não integravam sua alimentação. Faz sentido, devido à distância do mar.
O Que Fazia Ali?
ATÉ HOJE, O QUE PARECE ser um costume antigo, os pastores conduzem seus rebanhos de Schnalstal para as pastagens elevadas do Ötztal no verão e os trazem de volta no outono. O corpo de Ötzi foi encontrado perto de uma das rotas tradicionais, por isso uma das primeiras teorias o tomavam por pastor. No entanto, nada em suas roupas ou equipamento prova que ele tenha feito esse tipo de trabalho. Uma certa base para a hipótese do pastor é dada pela grama e pela capa de fibra, que tem seus equivalentes modernos nas roupas usadas pelos pastores dos Bálcãs, mas só isso não é conclusivo. Até onde se sabe, era a roupa tradicional dos viajantes daquele tempo.
A análise dos poucos fios de cabelo de Ötzi que restaram revela grandes quantidades de arsênio e cobre. A explanação divulgada é que ele teria participado da fundição de cobre. Mas Geoffrey Grime, da University of Surrey, Inglaterra, agora acha que esses níveis excepcionais de cobre podem ter resultado da ação de bactérias fixadoras de metal depois da morte de Ötzi, e que o cobre estava sobre o cabelo, e não no interior do fio. A presença do Mielichhoferia elongata, o chamado musgo do cobre, que se alastra preferencialmente sobre rochas que contêm esse elemento, reforça a possibilidade de o cobre ter se fixado ao cabelo depois da morte. Um de nós (Dickson) descobriu que esse musgo cresce na região onde Ötzi foi encontrado e, de forma independente, a mesma descoberta foi feita por Ronald D. Porley, do órgão do governo inglês English Nature.
Outra possibilidade é a de Ötzi ser um caçador da cabra montesa alpina; o arco e a aljava de flechas podem comprovar essa hipótese. Mas se ele estava ativamente envolvido na caça à época de sua morte, por que o arco estava inacabado e sem a corda e todas as flechas, menos duas, estavam sem pontas e sem plumas? Por que as duas flechas prontas estavam quebradas?
Outras das primeiras idéias sobre Ötzi sustentam que ele era um criminoso excluído do convívio da comunidade, um mercador de sílex, um xamã ou um guerreiro. Nenhuma delas tem bases sólidas, a menos que os pedaços de fungo que ele carregava tivessem uso medicinal ou espiritual para um xamã.
Como Morreu?
EM JULHO DE 2001, Paul Gostner e Eduard Egarter Vigl, do Hospital Regional de Bolzano, Itália, anunciaram que os raios X tinham revelado uma ponta de flecha embaixo do ombro esquerdo de Ötzi. Essa afirmação provocou numerosas declarações da mídia de que Ötzi tinha sido assassinado. Gostner e Egarter Vigl chegaram a dizer que "agora está provado que Ötzi não morreu de morte natural, nem devido apenas à exaustão e a ulcerações provocadas pelo frio". Embora existam reconstruções tridimensionais da ponta da flecha, que tem 27 mm de comprimento por 18 mm de largura, os pedidos feitos por Vanezis e Tagliaro para sua retirada e a comprovação de que se trata realmente de uma ponta de flecha ainda não foram atendidos. Além disso, a remoção deve ser feita de forma a deixar evidente o ferimento fatal que pode ter provocado.
A ponta de flecha pode não ter causado a morte. Muita gente continua viva depois que objetos estranhos - como balas - entram em seus corpos. Um exemplo arqueológico notável é a famosa ponta de lança na pélvis direita do famoso Homem de Kennewick, da América do Norte; ficou ali por tempo suficiente para que o osso começasse a se recuperar à sua volta.
Mais recentemente ainda, Egarter Vigl afirmou que a mão direita de Ötzi revela uma ferida profunda feita por uma punhalada. Até agora, nenhuma publicação científica sobre a descoberta foi feita.
Em que Estação do Ano?
AS PRIMEIRAS INDICAÇÕES SUGEREM que a morte se deu no outono. A presença do abrunho - que amadurece no fim do verão - perto do corpo e pedacinhos de cereais nas roupas de Ötzi, que presumivelmente se alojaram ali durante a debulha que se segue à colheita, constituem a base dessa hipótese. Mas uma evidência botânica convincente indica que Ötzi morreu no fim da primavera ou no começo do verão. Estudos feitos por Oeggl de uma amostra diminuta de resíduos alimentares retirados do cólon de Ötzi revelaram a presença do pólen de uma pequena árvore chamada hop hornbeam em inglês. O impressionante é que esse pólen preservou seu conteúdo celular, que normalmente se deteriora muito rápido. Isso significa que Ötzi pode ter ingerido pólen do ar ou bebido água contendo pólen recém-depositado nela pouco antes de morrer. O hop hornbeam, que cresce até cerca de 1,2 metro acima do nível do mar em Schnalstal, só floresce no fim da primavera e no começo do verão.
Quanto aos abrunhos, se Ötzi estivesse levando frutos secos, a secagem poderia ter sido feita algum tempo antes de sua viagem. Da mesma forma, pedacinhos de cereais preservam-se indefinidamente, e alguns resíduos podem ter ficado em suas roupas durante longo tempo.
O que Sabemos
MAIS DE 10 ANOS DEPOIS da descoberta do corpo humano mais antigo e bem preservado de que se tem notícia, as hipóteses sobre quem ele era e como chegou a uma depressão rochosa no alto dos Alpes mudaram muito. Mas acreditamos que pesquisas cuidadosas ainda devam ser feitas. Os estudos sobre os restos de plantas - o pólen, sementes, musgos e fungos encontrados tanto dentro quanto fora do corpo - revelaram um número surpreendente dos segredos de Ötzi. Sabemos de sua dieta onívora, do conhecimento íntimo que tinha do lugar onde vivia, de seu domicílio no sul, de sua idade e estado de saúde, da estação do ano em que morreu e algumas coisas sobre seu meio. Talvez uma das reinterpretações mais surpreendentes é que Ötzi não morreu no rochedo onde foi encontrado. Ele deve ter sido arrastado até lá por um dos degelos temporários que ocorreram nos últimos 5 mil anos. A posição do corpo, com o braço esquerdo virado desajeitadamente para a direita e a mão direita presa embaixo de uma pedra, assim como a epiderme desaparecida, sugerem essa conclusão, assim como o fato de alguns de seus pertences estarem a vários metros de distância, como se tivessem sido levados para longe do corpo.

RESUMO / Reencontro com o Homem do Gelo
As pesquisas mais recentes indicam que o Homem do Gelo:
Pode ter vivido próximo de onde está hoje o Castelo de Juval, no sul do Tirol (Itália). Alimentava-se de uma dieta variada incluindo uma espécie de trigo primitivo, outras plantas e carne.
Tinha 46 anos ao morrer e não estava em sua melhor forma.
Morreu na primavera e não no outono, como se pensou inicialmente.
Pode ter morrido ao ser atingido nas costas por uma flecha.Não morreu no rochedo onde foi encontrado, e teria sido arrastado para lá durante degelos sucessivos.

O QUE O HOMEM DO GELO E SEUS PERTENCES NOS DIZEM
Ele não era careca quando vivo e provavelmente tinha barba. A epiderme desapareceu e o cabelo, pêlos e unhas caíram. Alguns fios de cabelo, de até nove centímetros, foram encontrados. Análises dos fios indicam que ele se alimentava de diferentes plantas e animais.
O Homem do Gelo era baixo, tinha apenas 1,59 metro de altura. O ressecamento posterior à sua morte encolheu seu corpo, tanto externa quanto internamente. A pressão do gelo deformou seu lábio superior, o nariz e as orelhas.A composição isotópica do esmalte dentário sugere que ele viveu em pelo menos duas áreas diferentes.
O gorro foi feito com pele do urso marrom.
O cabo do punhal é de madeira de alta resistência. A ponta de sílex pode ter sido quebrada no passado, ou durante a escavação.Uma espécie de farelo de trigo primitivo chamada einkorn, foi identificada em seu intestino, moído tão fino que pode ter sido usado para fazer pão. Partículas minúsculas de carvão sugerem que o pão havia sido assado num braseiro.
Folhas do musgo Neckera complanata, também retiradas das vísceras, indicam que ele provavelmente embrulhava sua comida em musgo. No alto, imagem do musgo crescendo sobre uma pedra. Abaixo, um ramo com folhas retirado de suas roupas.Análises com datação de carbono dos tecidos do corpo, plantas e utensílios confirmam que ele viveu há 5.300 anos.
Uma bolsa que provavelmente era presa à cintura, embora não estivesse mais no lugar, continha materiais para fazer fogo, entre os quais o true tinder fungus (abaixo, à esquerda) e sílex (centro). Um instrumento para amolar o sílex está abaixo, à direita. Tatuagens muito simples, mas visíveis na parte posterior do corpo, eram linhas simples e cruzes que podem ter tido função terapêutica.
Processos naturais depois da morte fizeram seus dedos se fechar. Uma das unhas (abaixo) foi recuperada. As linhas (setas) mostram que ele esteve muito doente três vezes nos meses anteriores à sua morte.Estudos dos resíduos de comida nos intestinos indicam que ele era onívoro e revelam detalhes sobre suas últimas refeições (veado vermelho, cabra montanhesa, plantas e grãos), ambiente, domicílio e até de sua última viagem.
Nas amostras retiradas das vísceras, grãos de pólen (esquerda) da hop hornbeam (abaixo) indicam que o Homem do Gelo morreu no final da primavera, quando essa arvorezinha floresce.
O machado intacto mais antigo conhecido, tem uma lâmina de cobre presa a um cabo de madeira com fibras da casca de tília e pele.
Os sapatos, feitos de pele de animais, foram cuidadosamente costurados e forrados com grama. Seu estado de conservação é ruim, talvez em parte pelo desgaste da viagem do Homem do Gelo.

Jim Dickson, Klaus Oeggl e Linda Handley têm um interesse comum pelas plantas que Ötzi pode ter usado em sua vida cotidiana. Dickson, professor de arqueobotânica e de classificação de plantas da University of Glasgow, recebeu a medalha Neill, prêmio da Royal Society of Edinburgh. Escreveu mais de 150 artigos e 5 livros, entre os quais Plants and People in Ancient Scotland (Tempus Publishing, 2000). Oeggl é professor de botânica da University of Innsbruck, Áustria. É especialista em arqueobotânica e um dos organizadores do livro The Iceman and His Natural Environment (Springer-Verlag, 2000). Handley, ecofisiologista do Scottish Crop Research Institute, sediado em Invergowrie, Escócia, especializou-se no estudo de isótopos estáveis de carbono e nitrogênio em plantas e solosP.


Leia mais: http://ateliedehistoria.blogspot.com/search/label/Pr%C3%A9-Hist%C3%B3ria#ixzz1sDwrVKVG
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domingo, 15 de abril de 2012

As primeiras cidades

Fonte:Cap.UFRGS


Material complementar sobre a aula: O surgimento das cidades - Projeto Araribá - História - 6º Ano
Observe e anote no caderno:
1) As caracteristicas dos primeiros centros urbanos e período histórico em que se formaram.
2) Que lugar é retratado?
3) Será que ele mudou com o tempo?
4) Vemos hoje em dia algo parecido com o que é retratado?
                                                                                                            Fonte: Revista Nova Escola - online. Material Adaptado.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

O Encouraçado Potemkin - Rússia 1905


TÍTULO DO FILME: O Encouraçado Potemkin
Segundo o trecho do video responda:
a) Qual é o conflito descrito Nesse trecho do Filme?
b) Como uma população da Cidade de Odessa apoia os Marinheiros?
c) O que aconteceu uma ela por causa desse apoio?

DIRETOR: Sergei Ensenstein
ELENCO: Alexander Antonov, Vladimir Barsky, Grigory Alexandrov, Marusov, Mikhail Gomorov
ANO DE PRODUÇÃO: 1925
O Filme retrata a Revolução de 1905 na Rússia Czarista
A história que está sendo contada é emocionante: em 1905, marinheiros de um navio do Czar rebelam-se contra a tirania de seus comandantes e assumem o controle do Potemkin. A população de Odessa apóia a revolta. As forças repressoras do regime czarista esmagam o movimento com violência desmedida.
A produção artística russa, incluindo o cinema, depois da revolução de 17 adotou um modelo conhecido como "realismo socialista", foi financiado pelo estado e tinha como objetivo divulgar uma ideologia nova, uma outra forma de ver o mundo, apoiada em estudos teóricos (inacessíveis para o cidadão comum), mas com propostas bem concretas (e radicais) para a economia do País. Ao mesmo tempo vale lembrar que a ditadura stalinista está se iniciando e ainda não existe uma política acabada para a cultura, garantindo certa liberdade a artistas e intelectuais.
Em "O Encouraçado Potemkin", a ideologia do realizador está presente em cada fotograma; contudo, não na forma de panfleto sectário, e sim como retrato da intolerância humana, de qualquer origem ou período histórico. Eisenstein era um artista, além de ser um revolucionário. E por isso o filme sobreviveu. Contudo, não dá pra esquecer que sua obra é tão poderosa porque estava impregnada de uma visão de mundo, de uma vontade imensa de falar sobre esse mundo e, mais do que isso transformá-lo.
IV - A Escadaria de Odessa (44-55=11’)Aqui se desenrola o massacre do povo de Odessa pela guarda imperial do Czar. Cenas de alta dramaticidade reproduzem a verve assassina e cruel do exército frente a mulheres, crianças e homens desarmados. É nesta parte que ocorre uma cena que ficou para a história do cinema, citada por vários diretores: a do carrinho de bebê que rola escada abaixo após a morte da mãe. Dezenas de veleiros vão cumprimentar os revoltosos do Potemkin. Água (purificação) reflete a luz do sol (iluminação) numa cena de rara beleza. Povo de Odessa doa alimentos aos marujos (solidariedade). Clima positivo é representado por sorrisos, pela música e por crianças felizes. Guarda-sol avança até cobrir o campo de visão. Rompe-se o clima inicial desta parte. Surge uma estátua (do Czar, talvez) e inicia-se o massacre do povo pelos Cossacos do exército imperial. Uma criança é atingida, desfalece e é pisoteada. A câmera dá um close na pisada que um homem dá em sua mão. Sua mãe enlouquece. Toma o filho no colo para denunciar a insanidade do massacre. Anda contra a corrente da multidão que foge e é impiedosamente morta pelo exército. Ênfase na crueldade. A referência à figura da mãe pode simbolizar o desprezo à fraternidade e a incapacidade dos homens do exército em reconhecer sua igualdade de origem com o povo de Odessa. Outra mãe, com um carrinho de bebê na escadaria, é assassinada. Após close na fivela de seu cinto, ela é mostrada caindo e empurrando acidentalmente o carrinho escada abaixo. Uma face de mulher, mostrada anteriormente rindo, aparece agora chorando e se desesperando com o rolar do carrinho pela escadaria. Num corte brusco, surge o couraçado que responde ao ataque destruindo o Teatro de Odessa, sugerindo que a violência é gerada pela violência. Fonte: http://www.robertexto.com/archivo/potemkin.htm#IV
Para saber mais:http://historia9-penedono.blogspot.com.br/

terça-feira, 10 de abril de 2012

A família Romanov: de criminosos a santos

Os dois últimos corpos. Mas o enigma continua.
Descoberta dos ossos de filhos do último czar  russo reforça nostalgia do passado imperial

Duda Teixeira
 
 
AFP
Ossos de Alexei e Maria: a família foi canonizada após a queda do comunismo
Noventa anos após a tomada de poder pelos bolcheviques, a Rússia parece, enfim, ter se reconciliado com o seu passado imperial. No mês passado, um grupo de arqueólogos anunciou a descoberta dos restos mortais de Alexei e de Maria Romanov, dois dos cinco filhos do último czar russo, Nicolau II. Quarenta e quatro fragmentos de ossos, sete dentes, três balas e um pedaço de roupa foram encontrados em escavações em Ekaterinburgo, na Sibéria, onde a família, um médico e três criados permaneceram em cativeiro até ser assassinados a tiros e a golpes de baioneta pelos comunistas, em 17 de julho de 1918. Os ossos passarão por testes de DNA e, se comprovada a sua autenticidade, serão sepultados na Catedral de São Pedro e São Paulo, em São Petersburgo, onde estão os restos do czar e dos demais membros da família. Os achados remetem ao banho de sangue que ocorreu em 1917, durante a Revolução Russa, e nos anos seguintes, quando os bolcheviques exterminaram tudo e todos que simbolizassem o antigo regime, incluindo donos de terras, nobres e membros do clero. A retórica dos comunistas era a de que eles estavam do lado do bem, e a nobreza representava o mal a ser extirpado. "Sete décadas de regime soviético, que incluíram períodos de grande atrocidade sob Lenin e Josef Stalin, fizeram com que os russos invertessem a balança entre bem e mal em sua história", disse a VEJA o historiador americano Mark Steinberg, autor do livro A Queda dos Romanov. O sofrimento da realeza russa em seus derradeiros dias é interpretado por muitos russos, hoje, como um sinal de virtude. De certa forma, a descoberta dos restos de Alexei e de Maria, os últimos que faltavam, fecha um ciclo na saga da família de mártires. Não resolve, contudo, o enigma histórico representado pelo governo do último czar e sua responsabilidade na criação do caos político e social que culminou com a ditadura comunista.
A vala com os ossos dos outros cinco membros da família do czar foi descoberta em 1976, ainda durante a era soviética, e permaneceu em segredo. O mistério sobre o destino dos corpos levou oportunistas a se proclamarem membros da família real que escaparam do massacre. O objetivo era pôr a mão na fortuna dos Romanov guardada em bancos suíços ou, simplesmente, ganhar notoriedade. Em 1991, ano em que a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas se desintegrou, os corpos foram finalmente exumados. Com a Rússia livre do ateísmo compulsório, a Igreja Ortodoxa prontamente reabilitou os Romanov, que foram canonizados em 2000 com o aval do presidente Vladimir Putin. Para os ortodoxos, a família merece o título pela piedade e religiosidade demonstradas nos últimos dias de cativeiro. O culto da memória do czar e sua família, hoje, também pode ser entendido no contexto do cunho nacionalista do governo Putin, que acaba por estimular a nostalgia por momentos gloriosos do passado. De Ivan, o Terrível, aos Romanov, a moda na Rússia é ressaltar os aspectos positivos de figuras históricas. Nicolau II, o czar anti-semita e autoritário que se considerava um representante de Deus na terra, agora é visto como um exemplo das virtudes de um poder forte e centralizador – o que vem bem a calhar para o autoritário Putin.
São fortes os indícios de que os ossos encontrados no mês passado pertencem aos filhos de Nicolau II. Os estudos feitos até agora confirmam que são de um rapaz de 10 a 13 anos e de uma mulher de 18 a 23 anos. Alexei, o príncipe herdeiro, tinha 13 anos na época, e sua irmã Maria, 19. Junto dos fragmentos também foram encontradas peças de cerâmica japonesas, usadas para carregar ácido sulfúrico. Segundo um antigo relato do bolchevique que enterrou os corpos, a substância foi utilizada para desfigurar os corpos e, assim, dificultar o reconhecimento pelo Exército Branco. Isso porque, nos cinco anos que se seguiram à revolução, tropas apoiadas pela França, pela Inglaterra e pelos Estados Unidos lutaram contra os comunistas. Em meio aos combates, Lenin deixou claro que os Romanov não poderiam permanecer como símbolos vivos do antigo regime. Em 1918, quando os brancos estavam a apenas 40 quilômetros do local de prisão da família real, Moscou deu ordem para executar a todos. Na madrugada do dia 17 de julho, os Romanov foram acordados e desceram para uma sala no porão. Nicolau levava o filho Alexei, hemofílico, nos braços. Doze homens armados entraram na sala e, durante quase três minutos, atiraram nos cativos. Algumas balas ricochetearam, porque as duquesas carregavam 8 quilos de diamantes e jóias preciosas nos espartilhos. Os guardas, então, recorreram às baionetas para acabar com os sobreviventes. Após enterrarem Alexei e Maria, os bolcheviques foram obrigados a escolher novo local para sepultar os outros corpos, pois tinham sido vistos por alguns camponeses. A descoberta das peças que faltavam na tragédia dos Romanov deve dar ainda mais força à mitificação de sua história.
Atividades
1) Como o texto retrata a personalidade do czar Nicolau II?
2) Durante os anos de Revolução Russa, qual foi a forma que os bolcheviques retrataram os Romanov e por que os mataram?
3) Por que a família real foi canonizada em 2000? O que isso significa em termos políticos?

Atividade extraída do Livro: Nova História Integrada. 3ª Série. Volume 3. Módulo editora, pp. 186 e 187.

Sobre a canonização dos Romanov

Era uma vez... O Homem (Português) Completo [1978]

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Movimentos de resistência operária

Ludismo e Cartismo

Autores: Olga Maria A. Fonseca Coulon e Fábio Costa Pedro
Apostila: Dos Estados Nacionais à Primeira Guerra Mundial, 1995, CP1-UFMG

A Questão Social

A Revolução Industrial deu início, na segunda metade do século XVIII, ao processo de mecanização das fábricas, que continua ininterruptamente até nossos dias. A industrialização consolidou o modo de produção capitalista, pelo qual o empresário burguês concentra em suas mãos os bens de produção, enquanto o trabalhador vende sua força de trabalho por um salário.
A introdução das máquinas deteriorou as condições de trabalho e de vida dos operários, gerando a chamada “questão social”. 0 grande número de homens, mulheres e crianças a procura de emprego aviltava cada vez mais os salários. A jornada de trabalho se estendia por 15 horas ou mais, visto que as máquinas podiam funcionar sem parar. Os edifícios das fábricas eram inadequados, com ambientes fechados, insalubres, mal iluminados. Não havia segurança no trabalho, causando constantes acidentes e muitos produtos utilizados faziam danos à saúde. Como o manejo das máquinas era simples, cresceu o emprego de mulheres e de crianças, cujo trabalho recebia menor remuneração, trazendo mais lucro ao empresário.
Mal alimentados e mal pagos, os operários habitavam bairros das cidades industriais sem qualquer infraestrutura de água e de esgotos; moravam em cômodos nos quais a família vivia em promiscuidade, convivendo com doenças intestinais, tuberculoses, alergias, asmas, raquitismo, etc. Ao referir-se a um desses bairros operários de Londres, em viagem realizada em 1840, assim se expressou Friedrich Engels: “Não há um único vidro de janela intacto, os muros são leprosos, os batentes das portas e janelas estão quebrados, e as portas, quando existem, são feitas de pranchas pregadas. ( …. ) Aí moram os mais pobres dentre os pobres os trabalhadores mal pagos misturados aos ladrões, aos escroques e às vítimas da prostituição.” (Citado por BRESCIANI, M. Stella M. Londres e Paris no século XIX: o espetáculo da pobreza. São Paulo, Brasiliense, 1985, p. 25.)
Outra descrição do bairro East End de Londres, não muito diferente, nos foi fornecida por Arthur Morrison, na década de 80: “Um lugar chocante, um diabólico emaramhado de cortiços que abrigam coisas humanas arrepiantes, onde homens e mulheres imundos vivem de dois tostões de aguardente, onde colarinhos e camisas limpas são decências desconhecidas, onde todo cidadão carrega no próprio corpo as marcas da violência e onde jamais alguém penteia os cabelos.” (BRESCIANI, M. S. M., op. cit. p. 26).
Os trabalhadores não gozavam de direitos ou amparo social (como assistência médica, aposentadorias, pensões), estando sujeitos a multas e castigos; as greves ou associações de classe eram consideradas “casos de polícia” e duramente reprimidas pelos governos. A multidão de trabalhadores nas ruas era uma ameaça à ordem e à moral burguesas, pois nela confundiam-se indivíduos honestos com bandidos, batedores de carteira, prostitutas. A multidão representava para a classe dominante uma ameaça as instituições e à propriedade.
Para os estudiosos e escritores da época, a má quina era responsável – pelo aumento das riquezas da nação, mas, ao mesmo tempo, pelo desumanização dos homens. 0 trabalhador, transformado em extensão da máquina, controlado pelos contramestres e vivendo ameaçado pelo desemprego e pela miséria, tornou-se um indivíduo rude, turbulento e beberrão; em conseqüência, a classe trabalhadora passou a ser sinônimo de classe perigosa.

OS PRIMEIROS MOVIMENTOS OPERÁRIOS : Ludismo e Cartismo.

0 crescimento do operariado, a sua concentração nos centros urbanos, as constantes revoltas por melhores condições de vida e de trabalho fizeram com que a classe operária aos poucos aprendesse a se organizar, dando origem aos primeiros movimentos e associações de operários.
Na Inglaterra, onde o emprego da máquina era mais generalizado, surgiu o Ludismo, movimento que recebeu o nome de seu líder, Ned Ludd. 0 sentimento de insegurança e os terrores da miséria convenceram Ludd e seus seguidores da maledicência da máquina, considerada a inimiga principal. Podemos ter uma idéia do que foi esse movimento, por uma carta ameaçadora que Ludd endereçou a um certo empresário de Hudersfield, em 1812: “Recebemos a informação de que é dono dessas detestáveis tosquiadoras mecânicas. Fica avisado de que se elas não forem retiradas até o fim da próxima semanal eu mandarei imediatamente um de meus Representantes destrui-las… E se o Senhor tiver a imprudência de disparar contra qualquer dos meus Homens, eles têm ordem de Matá-lo e queimar toda a sua Casa”. (Citado por RUDÉ, G. op. cit..p. 92.)
Assim, nas primeiras décadas do século XIX, na Inglaterra, na França, na Bélgica, na Renânia e até na Suíça, trabalhadores destruíram equipamentos, aos gritos de “Quebrai as máquinas!” Instintivamente, o homem que para viver só contava com seu trabalho pessoal, transferia a culpa de seus males para a máquina, que ele denunciava como uma competidora, responsável pelo desemprego e pelos baixos salários.
Para atender os casos de acidentes de trabalho, doenças ou mesmo de desemprego, os operários criaram as primeiras associações de auxílio mútuo, que funcionavam por meio de cotizações. Dessas associações surgiram os sindicatos de trabalhadores, reunindo operários de um mesmo ofício. Através de seus representantes, os sindicatos conseguiam obter dos patrões melhores salários e horários de trabalho, Essas conquistas foram fruto de muitas lutas porque durante muito tempo os parlamentos dos diversos países procuraram dificultar a organização dos trabalhadores proibindo o funcionamento dos sindicatos.
Em 1832, o Parlamento inglês aprovou o “Reform Act” (lei eleitoral que privou os operários do direito ao voto). Os trabalhadores reagiram e formularam suas reivindicações na “Carta do Povo”, fundando o primeiro movimento nacional operário do nosso tempo, o “cartismo” movimento cartista ajudou os operários ingleses a melhorarem suas condições de vida e deu-lhes experiência de luta política. Assim, em 1833, surgiu a primeira lei limitando a 8 horas de trabalho a jornada das crianças operárias. Em 1842 proibiu-se o trabalho de mulheres em minas, Em 1847, houve a redução da jornada de trabalho para 10 horas.
0 “cartismo” extinguiu-se por volta de 1848, mas foi uma etapa importante do aprendizado e da conscientização política dos trabalhadores, não só ingleses como de toda a Europa. Mostrou que a miséria do operariado devia-se não à máquina ou a mesquinhez pessoal dos empresários, mas à própria estrutura do sistema capitalista.

Esse material foi extraído do blog: prof1rangel.wordpress.
Aceso: 9 de abril de 2012.
Fonte: http://prof1rangel.wordpress.com/2011/09/22/ludismo-e-cartismo/

A Crise de 29

COLÉGIO MUNICIPAL CARLOS GRAMÁTICO
ASSUNTO
: Crise de 29
9º Ano do Ensino Fundamental
ATIVIDADE: Análise de texto e interpretação iconográfica.
Material retirado do livro: Capitalismo para principiantes: a história dos privilégios econômicos. Carlos Eduardo Novais. Ilustrações: Vilmar Rodrigues - 1º ed - São Paulo: Ática, 2008.

Após a leitura e a análise das imagens, responda o que se pede:

1) Explique a oração: "Precisamos dar um jeito nisso. Daqui a pouco estaremos produzindo tanto que iremos à falência."
Para auxiliar em sua resposta.

2) Como à escassez leva o aumento de preço?

3) Por que a URSS não foi afetada diretamente pela Crise de 1929?



Para auxiliar em sua resposta.

Visions (Visões)

Castelo Medieval - Trabalho dos alunos da turma 701






Após a apresentação dos trabalho foi discutido as diversas partes que constituiam o castelo e suas funções.