quinta-feira, 5 de setembro de 2013

O Confronto Dos Deuses : (A História de Quetzalcoatl)



  

QUETZALCÓATL: HOMEM, SANTO OU DIVINDADE?

A cultura asteca, sua história, sua sociedade, sua produção artística estão intimamente ligadas às suas crenças religiosas. Essa religião é, principalmente, animista e dualista, na qual magia e cosmogonia fundem-se em um único elemento. Segundo Soustelle, os Astecas são os indígenas mais religiosos do México. Sua religião simples e dualista, quase que totalmente astral – ao menos em sua origem – foi enriquecendo-se ao longo do tempo através dos contatos com os povos sedentários do Centro. Conforme seu império foi se expandindo foi se incorporando novos elementos religiosos. Tanto que por volta do século XVI, sua religião era um denso conjunto de crenças e cultos de origens distintas.
A característica marcante da escatologia asteca é o seu caráter fatalista, onde não há vestígios de esperança. O caráter dualista domina o mundo espiritual asteca, estando presente nas forças da natureza e no panteão. Os deuses foram criados pela união dos princípios masculino e feminino: “os membros do casal supremo, Senhor e Senhora da Dualidade”[1]. Segundo Lehmann, a religião exercia um domínio total na vida dos astecas e absorvia grande parte de sua força. Os deuses comandavam tanto o Estado como o indivíduo. Todos os acontecimentos da vida, o dia do nascimento e o da morte, o bom ou mau destino, tudo fazia parte dos desígnios divinos. O princípio duplo inexoravelmente se manifesta também na formação dos deuses, e na formação da humanidade: “se llega a concebir que todo cuanto existe obedece a la acción de dos principios antagonicos que lucha eternamente (dualismo). Sólo así se explica la lucha entre el mal y el bien". [2]
A maior dificuldade em se estudar a religião asteca e seu panteão (sua mitologia) está no caráter mágico dela, que se deve à visão dualista do mundo. Os astecas, ao assimilar outros povos, assimilavam também suas divindades e seus cultos. Todavia essa incorporação de novas divindades era organizada pela classe sacerdotal que buscava reduzir a quantidade de divindades considerando cada deus como multifacetado.
Essa multiplicidade de deuses de diversas origens e diferentes atributos é visível quando se tenta ordena-los. Cada divindade asteca podia sofrer diversas manifestações e apresentar-se com diferentes atribuições. É o exemplo de Quetzalcóatl, um dos deuses mais importantes. Sua origem é tolteca, porém há manifestações suas por toda a América Latina. Para os astecas ele é o deus do vento, da vida, da manhã, do planeta Vênus, dos gêmeos, dos monstros, patrono das artes e da sabedoria, criador e pai dos homens. Seus nomes são: Quetzalcóatl, Ehécatl, Tlahuizcalpantecuhtli, Ce Ácatl, Xólotl, entre outros.

O nome Quetzalcóatl significa literalmente “serpente de plumas”, porém quetzal é também o símbolo de “coisa preciosa”, e cóatl significa gêmeo. Portanto o nome Quetzal-cóatl pode ser traduzido como “gêmeo precioso”, indicando sua atribuição de estrela matutina e vespertina. Esta identificação com o planeta Vênus deu origem a diversos mitos e explica quase todas as lendas de Quetzalcóatl.
Dentre os mitos envolvendo esse deus o mais importante é o da criação do homem. O mundo para os astecas, foi criado varias vezes. Isso porque a criação era seguida pela destruição por cataclismos. A última vez que o homem foi criado o deus Quetzalcóatl foi ao mundo dos mortos recolher os ossos dos homens, verteu sobre eles seu próprio sangue e deu vida novamente aos homens. Essa lenda explica a importância dos rituais de sacrifício humano e o papel fundamental que o sangue exerce nessa religião. Os homens, para manter-se vivos precisam manter vivos os deuses, alimentando-os com sangue humano. Apesar dessa lenda que justifica o sacrifício humano estar ligada diretamente à Quetzalcóatl consta que ele, durante seu governo sobre o mundo, proibiu essa prática.
Quetzalcóatl foi, sem dúvida, o mito mais difundido por toda a Meso-América. Com caráter multiforme, porém sempre benigno. Esse aspecto valente, bom, de herói integrador seria muito bem aproveitado pelos evangelistas espanhóis no momento de “garimpar” almas para a religião cristã. Do mito de Quetzalcóatl há varias versões, entretanto nenhuma delas sobreviveu à conquista espanhola de 1519 sob a forma escrita. Os pontos em comum na grande maioria das versões é o fato de que Quetzalcóatl, após criar os homens, desceu das efemérides divinas e encarnou como homem, veio para ensinar à humanidade todas as artes, a sabedoria e a bondade.
O homem Quetzalcóatl foi um rei tolteca muito justo, sacerdote, astrônomo, foi quem adaptou o calendário maia em algumas partes e estruturou o calendário tolteca, assimilado mais tarde pelos astecas. Seu reinado marca a assimilação do povo maia pelos toltecas. Teria morrido em 5 de abril de 1208, exilado em algumas versões, traído e morto em outras. Independente da versão de sua morte e das condições que esta ocorreu o certo é que ao deixar o trono tolteca Quetzalcóatl afirmou que retornaria. Assim ele se converteu no centro de uma cosmologia religiosa. Esta história mitológica chega, na forma de tradição oral, aos ouvidos dos conquistadores espanhóis que rapidamente vão interpretá-la e aproveitar-se dela.
Um dos escritores que percebeu o caráter “messiânico” da lenda de Quetzalcóatl foi Bernardino de Sahagún. No primeiro livro de sua Historia general de las cosas de Nueva España ele tenta recuperar a figura de Quetzalcóatl assimilando-a a Jesus Cristo. A intenção de Sahagún foi explicar a outros missionários a concepção de mundo dos mexicas, para com isso poder afirmar o cristianismo e melhor evangelizar. Notória é a visão tendenciosa que Sahagún passa em sua obra, nesta assimilação da figura do deus tolteca existe um interesse ideológico deformador. Por outro lado, a aristocracia mexica pós-conquista também possuía o peremptório desejo de reabilitar Quetzalcóatl, como uma figura quase cristã, pois isso legitimava seu poder e a conseqüente manutenção deste.
Quetzalcoatl, desenho de Adam Fu Reed.
Sahagún não define o retorno de Quetzalcóatl como sendo uma profecia da chegada dos espanhóis, embora perpasse a idéia de que os espanhóis são companheiros do deus. Outros escritores vão além, é o exemplo de Las Casas que sugere que os cristãos são filhos e irmãos de Quetzalcóatl. Desta maneira tentou-se converter Quetzalcóatl em um apóstolo de Cristo para poder cristianizar mais facilmente. Como Paz salienta: a mentalidade européia viu-se confrontada pelas impenetráveis civilizações da América.
A partir de meados do século XVI foram feitas diversas tentativas para suprimir as diferenças entre mexicas e espanhóis. Alguns alegavam serem os antigos mexicanos descendentes de uma tribo perdida de Israel; outros os consideravam como sendo de origem fenícia ou cartaginesa; outros ainda estabeleciam relações entre certos ritos dos astecas semelhantes a cerimônias cristãs, imaginando que aqueles fossem um eco distorcido da pregação do evangelista São Tomé. Essa corrente defendia que o evangelista teria vindo para as Américas e adotado o nome de Quetzalcóatl [3].
A crença em uma evangelização realizada muito antes da chagada dos espanhóis no Novo Mundo, realizada por São Tomé, resulta da leitura de São Paulo que afirma que a palavra de Cristo foi levada até os confins da terra, pelos apóstolos. Atualmente sabemos da existência de correntes marítimas ligando a costa oeste da África às laterais leste da América, todavia o pensamento quinhentista desconhecia esse fato. Lafaye informa que a descoberta de textos bíblicos e de fatos novos permeados de crenças antigas seriam argumento suficiente para corroborar a idéia de que Quetzalcóatl foi o apóstolo São Tomé.
"Aztec and Maya Myths." Karl Taube. University of Texas Press. ©1993
Mesmo entre os índios houve confusão a respeito da similitude dos espanhóis com o mito do regresso de Quetzalcóatl. A lenda rezava que Quetzalcóatl regressaria de seu exílio e novamente instauraria a idade de ouro. Esta profecia possuía um caráter cronológico. O deus deveria retornar em um ano 1 acatl, coincidentemente os espanhóis aportaram no México em um ano 1 acatl, o ano de 1519. O próprio Hernán Cortéz foi confundido com o deus. Porém essa crença não logrou. O rei Montezuma mandou levar até Cortés os ornamentos sagrados de Quetzalcóatl com a finalidade de verificar a identidade do deus, o que não ocorreu.
Mesmo que ainda restassem dúvidas a respeito da identificação de Cortés com o deus, o massacre efetivado pelas tropas espanholas em Cholula, cidade sagrada de Quetzalcóatl, bastaria para dissipar quaisquer equívocos. Lafaye demonstra que a profecia de Quetzalcóatl “aparece como un caso particular, para México, de una crencia común a la mayoría de las poblaciones indígenas, según la cual unos superhombres vendrían del este para dominarlos” [4] é certo que os espanhóis foram posteriormente considerados filhos do Sol, companheiros de Quetzalcóatl, este foi um estratagema político para facilitar a penetração do continente, mas serviu também como fonte de inspiração para os missionários criarem uma brecha para a evangelização.
Se São Tomé esteve na Meso-América pregando a “boa-nova”, ou se algum outro europeu esteve em terras mexicas em alguma era pré-colombiana, são conjecturas que até o momento não se podem provar. O fato é que os povos do México possuíam uma religião bastante complexa e dentre seu panteão destaca-se a importante figura de Quetzalcóatl. Esse deus foi criador da humanidade, professor dos homens, foi deus e rei encarnado. Sua morte causou tristeza em seu povo, a ponto de se construir uma profecia de seu retorno. Como todo herói “messiânico”, indícios de sua volta não faltaram. Como se não bastasse a superstição do povo, os invasores chegam sob a auspiciosa data profética.
Os evangelizadores espanhóis tinham consciência de seu papel de divulgadores da “verdade” cristã e lançaram mão dos meios que lhes foram apresentados. Legitimar sua presença em solo mexicano através de um mito cosmogônico foi um meio para alcançar a mentalidade desse povo a ser conquistado e catequizado.
[1] SOUSTELLE, Jacques. A Civilização Asteca. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1987, p.68.
[2] CASO, Alfonso. El pueblo del Sol. México: Fondo de Cultura Economica, 1962, p.14.
[3] Cf. PAZ, Octavio. Essays on Mexican Art. New York: Harcourt Brace & Company, 1993.
[4] LAFAYE, Jacques. Quetzalcoatl y Guadalupe : la formacion de la conciencia nacional en Mexico. Mexico: Fondo de Cultura Economica, 1985, p.227.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CASO, Alfonso. El pueblo del Sol. México: Fondo de Cultura Economica, 1962.
COLLIER, John. Los Indios de Las Americas. México: Fondo de Cultura Economica, 1960.
LAFAYE, Jacques. Quetzalcoatl y Guadalupe : la formacion de la conciencia nacional en Mexico. Mexico: Fondo de Cultura Economica, 1985.
LEHMANN, Henri. Las Culturas Precolombinas. Buenos Aires: EUDEBA, 1960.
PAZ, Octavio. Essays on Mexican Art. New York: Harcourt Brace & Company, 1993.
SAHAGÚN, Bernardino de. Historia general de las cosas de Nueva España. 4. ed. México: Porrúa, 1979.
SOUSTELLE, Jacques. A Civilização Asteca. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1987.
SOUSTELLE, Jacques. La vida cotidiana de los aztecas en vísperas de la conquista. México: Fondo de Cultura Economica, 1956.
Fonte: http://prof-tathy.blogspot.com.br/2010/04/quetzalcoatl-homem-santo-ou-divindade.html 

Quetzalcoat

Quetzalcoatl, filho de Ometeotl, é a principal divindade do panteão pré-hispânico. Seu nome é composto por duas palavras: "coatl", que quer dizer serpente e "quetzal", significando ave de rica plumagem. De acordo com a filosofia asteca, esta divindade possui também diferentes conotações, "dupla rica", "ave dos tempos", "gema dos séculos", "umbigo ou centro sagrado", "serpente aquática fecundadora", "o das barbas da serpente", "o grande aconselhador", "divina dualidade", "feminino e masculino", "pecado e perfeição", "movimento e tranquilidade". Em função da dualidade de sua natureza ela tanto cria, quanto destrói o mundo. Sua parte destruidora tem o nome de Tezcatlipoca, "o Senhor do Espelho Fumegante". Quetzalcoaltl também representa a dualidade inerente à condição humana: a serpente representa o corpo, com suas limitações; as penas representam os princípios espirituais. Os ensinamentos de Quetzalcoatl ficaram registrados em certos documentos conhecidos como "Huehuetlahtolli", "palavras antigas", transmitidos verbalmente através dos tempos e depois registrados pelos primeiros cronistas espanhóis. Uma das representações desta divindade é um homem branco e barbado, razão pela qual, durante a conquista, os indígenas acreditaram que Hernan Cortez era Quetzalcoatl. Segundo a lenda, entre suas conquistas e feitos, Quetzalcoatl chegou à região maia e foi reconhecido como um grande chefe e guerreiro. Fundou a Liga de Mayapan e conquistou a cidade de Chichen Itza.

Fonte: http://www.seuhistory.com/deuses/panteao/asteca/quetzalcoatl.html

A Ilíada e Odisséia

Abaixo encontra-se inúmeras informações sobre a Guerra de Tróia. Utilize essas informações para realizar as atividades.

Ilíada e Odisséia

Ilíada e Odisséia são duas epopéias escritas pelo famoso escritor e poeta grego Homero.


Homero viveu por volta do século VIII a.C.,e foi um renomado aedo(poeta que cantava poemas e feitos heróicos na Grécia antiga),tendo como suas principais obras a Ilíada  e a Odisséia.Apesar de a própria existência de Homero ser contestada,devido à grande inexatidão com que é mencionado durante a história(as vezes como indivíduo,as vezes como várias pessoas),Homero fez uma grande contribuição histórica com a Ilíada e a Odisséia,pois ambas são a fonte de vários conhecimentos que temos sobre as tradições e costumes da Grécia antiga,após a invasão de tribos Dóricas.De forma resumida,na Ilíada Homeo narrou um período entre o nono e o décimo ano da guerra de Tróia,que foi iniciada segundo a lenda,com o sequestro de Helena,mulher do Rei grego Menelau,e que terminaria com os gregos vitoriosos.E a Odisséia nos conta as histórias de Ulisses(Odisseu),um famoso herói grego,que volta da guerra de Tróia para sua cidade natal ,Ítaca,e que no caminho sofre inúmeras provações,narradas na epopéia.

 Ambas as epopéias retratam de forma muito fiel os custumes gregos,inclusive a organização social da época,que era feina em genos,ou, grandes famílias que administravam determinada cidade ou região.Além disso,a  própria existência de Tróia foi descoberta através da Ilíada(mesmo que a real existência da cidade seja muito contestada).Boa parte do que sabemos hoje sobre a Grécia após a invasão dórica vem das epopéias homericas.
http://horahistoria.blogspot.com.br/2010/12/iliada-e-odisseia.html

A líada e Odisséia são duas epopéias escritas pelo famoso escritor e poeta grego Homero.
Homero viveu por volta do século VIII a.c. e foi um renomado aedo (poeta que cantava poemas e feitos heróicos na Grécia antiga), tendo como suas principais obras a Ilíada  e a Odisséia. Apesar de a própria existência de Homero ser contestada devido à grande inexatidão com que é mencionado durante a história (as vezes como indivíduo, as vezes como várias pessoas), Homero fez uma grande contribuição histórica com a Ilíada e a Odisséia pois ambas são a fonte de vários conhecimentos que temos sobre as tradições e costumes da Grécia antiga após a invasão das tribos Dóricas. De forma resumida, na Ilíada Homero narrou um período entre o nono e o décimo ano da guerra de Tróia que foi iniciada segundo a lenda com o sequestro de Helena, mulher do Rei grego Menelau, e que terminaria com os gregos vitoriosos. E a Odisséia nos conta as histórias de Ulisses (Odisseu), um famoso herói grego que volta da guerra de Tróia para sua cidade natal, Ítaca, mas que no caminho sofre inúmeras provações, narradas na epopéia.
Ambas as epopéias retratam de forma muito fiel os costumes gregos, inclusive a organização social da época e grandes famílias que administravam determinada cidade ou região. Além disso, a própria existência de Tróia foi descoberta através da Ilíada (mesmo que a real existência da cidade seja muito contestada). Boa parte do que sabemos hoje sobre a Grécia após a invasão dórica vem das epopéias homéricas.
“Ilíada”
A Ilíada, é um poema épico composto de 24 cantos escritos em versos, cujo tema é um episódio da guerra de Tróia.
A ação se passa no nono ano do cerco imposto a Tróia pelos gregos, centrando em Aquíles, cuja ira foi provocada pelo rapto de sua escrava Briseida e pela perda de seu amigo íntimo, Pátroco. Este foi morto por Heitor em combate e teve o seu corpo arrastado pelo mesmo para o torno do túmulo de Pátroco, que terminou por restituí-lo a Príamo, rei de Tróia e pai da vítima. Aquiles porém é em seguida morto por Páris.
“Odisséia”
A Odisséia é consagrada ao retorno de Ulisses, que durante 10 anos, afrontou perigos na terra e no mar, antes de poder chegar ao reino de Ítaca. O mar é quase que o personagem principal, onde Ulisses batalhou como herói, em esforços para voltar para casa.
Na primeira parte, “Telemaquia”, Telêmaco parte a procura do pai. Na segunda parte, “Volta de Ulisses”, recolhido após um naufrágio, pelo rei Alcino, ele relata suas peregrinações que o levaram até o Ciclope de um olho só, devoradores de homens, e como ele e sua tripulação o cegaram, a fim de fugirem de seu poder. Conta também como foi protegido por seu próprio fascínio mágico, forçando a feiticeira Circe a quebrar o encanto que tinha transformado sua tripulação em porcos. Conta ainda como foi aos infernos, o mar das sereias e como  conseguiu proteger a sua tripulação tampando seus ouvidos com cera de abelha  e se amarrando com cordas ao mastro do navio, de forma que não pudesse mexer-se enquanto estava  sob o encanto das sereias e não forçasse sua tripulação à remar em direção da morte. Conta ainda histórias da ninfa Calipso.
E na terceira e última parte “a Vingança de Ulisses”, de volta a Ítaca Ulisses disfarça-se de mendigo e chega ao palácio, invadido pelos pretendentes à mão de sua esposa Penélope; ela, porém declara que só se casará com aquele que conseguir manejar o arco de Ulisses; nessa oportunidade, então, ele se dá a conhecer e massacra os pretendentes.
A epopéia comporta um aspecto coletivo que visa transmitir um conjunto de narrativas tradicionais relacionadas com a ordem do mundo e da comunidade, ordem cuja existência e estabilidade são frutos de proezas divinas de heróis excepcionais. A epopéia descreve-se então por longas narrativas poéticas de aventuras heróicas.
http://resumodelivrosvariados.blogspot.com.br/2013/04/iliada-e-odisseia-homero.html
 

‘Resumo Ilíada e Odisséia’

OS AEDOS

Os “Contadores de Histórias”, não surgiram hoje, não são do nosso século. Há muitos séculos atrás já se contavam histórias, não como contamos hoje, mas de uma maneira, bastante interessante.

                                                                                                                                                                                        Aedo

Na Grécia Primitiva existiam poetas que cantavam, declamavam ou recitavam acompanhando-se ao som de uma lira, poemas que celebravam os deuses e os heróis. Estes poetas eram conhecidos pelo nome de AEDOS.

Muitos foram os poetas que de geração para geração, cantaram suas histórias em meio à linguagem falada. Um dos últimos aedos foi Homero. Mas, muitos o antecederam.

 

   Busto de Homero

Os gregos cresciam ouvindo histórias e as conhecia de cor, não precisavam de coletâneas. Mas, para nosso deleite surgiu a escrita e os poemas de Homero foram registrados a partir do século VI a C. A “Ilíada”, junto com a “Odisséia”, constitui a primeira obra prima da literatura e é um modelo de epopéia¹ clássica.

Sobre Homero sabemos pouco ou quase nada, diziam que era cego e percorria o mundo Mediterrâneo recitando seus poemas. Viveu no Egeu, na Asia Menor, na costa da atual Turquia, por volta do século VIII a C.

Não sabemos se de fato compôs, as histórias que chegaram até nossos dias, alguns críticos diziam que algumas histórias antecederam Homero, portanto não eram dele. Não importa, ele as contou. E  por isso, hoje as conhecemos!

Homero compôs “A Ilíada” e a “Odisséia”, as duas histórias baseiam-se na guerra dos dez anos dos micênicos contra Tróia. A obra exalta o espírito de aventura dos gregos e a vitória da inteligência sobre a força bruta. Os gregos aprendiam a declamar estes poemas de memória, contavam a sua “história”.

Os poemas homéricos desfrutaram de grande popularidade na Antigüidade, serviam de base para o ensino, foram tomadas como padrão ético e construíram um exemplo incontestado para todos os poetas épicos, gregos ou latinos.

Quase toda a poesia épica ocidental está de alguma forma, baseada na “Ilíada” e na “Odisséia”: A “Eneida” de Vírgílio; os “Lusíadas” de Camões e outras.


 “ILÍADA”

A Ilíada, é um poema épico composto de 24 cantos escritos em versos, cujo tema é um episódio da guerra de Tróia.

A ação se passa no nono ano do cerco imposto a Tróia pelos gregos, centrando em
Aquíles, cuja ira foi provocada pelo rapto de sua escrava Briseida e pela perda de seu amigo íntimo, Pátroco, morto por Heitor em combate e arrasta seu cadáver em torno do túmulo de Pátroco, terminando por restituí-lo a Príamo, rei de Tróia e pai da vítima. Aquiles porém é em seguida morto por Páris.


“ODISSÉIA”

A Odisséia é consagrada ao retorno de Ulisses, que durante 10 anos, afrontou perigos na terra e no mar, antes de poder chegar ao reino de Ítaca.

O mar é quase que o personagem principal, batalhando com o herói Ulisses, em seus esforços para voltar para casa.

Na primeira parte, “Telemaquia”, Telêmaco parte a procura do pai.

Na segunda parte, “Volta de Ulisses”, recolhido, após um naufrágio, pelo rei Alcino, ele relata suas peregrinações, que o levaram até o Ciclope de um olho só, devoradores de homens, e como ele e sua tripulação o cegaram, a fim de fugirem de seu poder.

 Canta também como foi protegido por seu próprio fascínio mágico,  forçando a feiticeira Circe, a quebrar o encanto que tinha transformado sua tripulação em porcos.

Canta ainda como foi aos infernos, o mar das sereias e como  conseguiu proteger a sua tripulação tampando seus ouvidos com cera de abelha  e se amarrando com cordas ao mastro do navio, de forma que não pudesse mexer-se enquanto estava  sob o encanto das sereias e não forçasse sua tripulação à remar em direção da morte, canta ainda histórias da ninfa Calipso.

E na terceira e última parte “a Vingança de Ulisses”, de volta a Ítaca Ulisses disfarça-se de mendigo e chega ao palácio, invadido pelos pretendentes à mão de sua esposa Penélope; ela, porém declara que só se casará com aquele que conseguir manejar o arco de Ulisses; nessa oportunidade, então, ele se dá a conhecer e massacra os pretendentes.

¹ A epopéia comporta um aspecto coletivo, que visa transmitir um conjunto de narrativas tradicionais relacionadas com a ordem do mundo e da comunidade, ordem cuja existência e estabilidade são frutos de proezas divinas de heróis excepcionais. A epopéia descreve-se então por longas narrativas poéticas de aventuras heróicas nas quais intervém o maravilhoso.

https://meninasemarte.wordpress.com/tag/resumo-iliada-e-odisseia/

 RESENHA DAS OBRAS ILÍADA E OSISSEIA, DE HOMERO
 
      A obra a Ilíada do autor Homero, segunda edição da Marin Claret, com tradução por Odorico Mendes e impressão em 2003, apresenta-nos um texto com 532 páginas de excelente qualidade e em português casto e digno de plena poesia. Não só seus versos reclamam melodia em sua composição hexâmetra, mas a própria tradução nos apresenta um texto de profundo valor poético. Todos os seus 15.693 versos apontam para a construção de um texto latino, que mesmo sendo pejorativamente acusado de ser uma simples compilação e cópia de mitos e histórias gregas, não perde, de maneira alguma, seus valores históricos, estéticos e, principalmente, universais.
      Fato é que Homero nuca foi o autor de todos os mitos presentes na Ilíada. Fato é, também, que de maneira alguma precisaria ele ser o autor deles. A maestria com que compilou todas as histórias e a maneira com a qual estabeleceu ligação entre elas são fatos dignos de um verdadeiro artista que aprecia e equilibra em totalidade de perfeição sua obra de arte.
      Os valores temáticos presentes em toda a obra apontam para a construção de desenvolvimento argumentativo de princípios de conduta universal para a humanidade. Um leitor desavisado poderia perfeitamente acusar a obra de se portar como um tributo à violência e ao paganismo. A epopeia, entretanto, faz uso do pano de fundo da lendária guerra entre gregos e troianos (e por que não dizer entre gregos e seus valores, também?) para inicialmente construir uma atmosfera na qual paira um pleno determinismo da vontade dos deuses diante das vulnerabilidades humanas. O homem é figurado como atitude passional em potencial, a qual se realiza em plenitude hiperbólica nas figurações dos deuses. Eles seriam a máxima explosão da passionalidade humana. Como marionetes nas mãos dos todo-poderosos, a humanidade sucumbe diante de sua própria conduta guiada por sentimentos de egoísmo em contraste com piedade, honra em contraste com vaidade, desejo em contraste com obrigação, entre outros.
      Toda a história é dividida em livros que remontam cenas específicas nas quais homens e deuses são coparticipantes na construção do enredo de Homero. Os vinte e três livros narram não só eventos da guerra, mas o posicionamento humano diante dela e da manifestação de um possível fato personificado na existência divina. A obra é dividida da seguinte maneira: Livro I, a peste e a ira de Aquiles; Livro II, O sonho e a convocação dos exércitos; Livro III, Duelo de Menelau e Páris; Livro IV, Juramento violado e o início do combate; Livro V, Proezas de Diomedes e a participação dos deuses no combate; Livro VI, Proezas de Diomedes; Livro VII, Duelo de Heitor e Ájax; Livro VIII, Os deuses e a batalha; Livro IX, O desânimo dos gregos e a recusa de Aquiles; Livro X, A espionagem; Livro XI, Proezas de Agamêmnon; Livro XII, Heitor vence uma batalha; XIII, Combate próximo dos navios; Livro XIV, Júpiter é enganado por Juno; Livro XV, Novo confronto e a fuga dos gregos; Livro XVI, Ajuda de Aquiles e os feitos de Pátroclo; Livro XVII, Os feitos de Menelau; Livro XVIII, Manufatura das armas; Livro XIX, Aquiles vai ao campo de batalha; Livro XX, A guerra dos deuses; Livro XXI, O combate no rio; Livro XXII, Morte de Heitor; Livro XXIII, Jogos fúnebres para Pátroclo e Livro XXIV, O resgate do corpo de Heitor.
      A obra Ilíada inicia seu enredo com a desavença entre Aquiles e Agamêmnon por causa da posse de espólios de guerra. O rei, após sofrer com castigos do deus Apolo, devolve para os troianos a escrava Criseida e toma para si a escrava de Aquiles, Briseida. O filho de Peleu e da ninfa Tétis pensa em matá-lo, porém Minerva aconselha-o e sua mãe Tétis pede a Júpiter que o vingue. Juno, esposa de Júpiter ameaça-o diante dos outros deuses pedindo para que Júpiter não interceda por Aquiles. Zeus fica, assim, receoso, pois teme uma vingança de sua esposa. Uma assembleia entre os gregos é realizada para que se discuta a atitude tomada diante dos troianos. Zeus, em sonho, ordena que Agamêmnon arme seus exércitos. O rei faz sacrifícios a Zeus e cumpre a ordem. Os exércitos armados e em atitude de confronto provocam medo no líder troiano Páris, que recua e faz proposta de lutar com Menelau por Helena. O grego aceita e antes de matar Páris, o vê desaparecer de sua frente (foi transportado por Afrodite para seu quarto) e passa a reclamar seu prêmio a seu irmão. A segunda assembleia entre os deuses acontece no Olimpo. Zeus propõe que a guerra acabe com a paz entre os dois povos, porém Juno, indignada, recusa-se a aceitar e Zeus decide entregar os troianos nas mãos de Juno com a condição de que ele destruísse a cidade troiana. Minerva, enviada por Zeus ao campo de batalha, faz com que uma flecha seja atirada contra Troia, violando o tratado de não combate entre os exércitos. Após alvoroço entre os gregos, Apolo reanima-os lembrando-os de Aquiles. A batalha já ia longa e com grande interferência desordenada dos deuses. Júpiter, assim, proíbe os deuses de ajudar os gregos e os troianos, atitude que não acontece na íntegra, pois o próprio Zeus salva um troiano com seus raios. Os gregos desanimados seguem em direção de Aquiles, que plenamente revoltoso contra seu rei, recusa-se a lutar pelos gregos. Aquiles, indignado e desconsolado pela morte de Pátroclo, recebe consolo de sua mãe Tétis e certo de vingança quer voltar à guerra, já revestido por uma armadura feita pelo próprio Vulcano. Após vários feitos em batalha, chega a vez de Aquiles guerrear com Heitor. Heitor é salvo pelos deuses, porém Aquiles, após desavença com Apolo, volta aos muros de Troia arrependido e tem sua oportunidade de lutar contra Heitor, que é morto pelo filho de Tétis, que volta feliz aos gregos para trazer os jogos fúnebres a Pátroclo. A maldade e hostilidade de Aquiles em relação aos troianos se manifesta com sua atitude de passar três vezes em frente ao túmulo de Pátroclo arrastando o corpo de Heitor. Apolo despreza a atitude do filho de Peleu. Os deuses intervêm reclamando a Júpiter o corpo de Heitor. Aquiles o entrega a Príamo e este faz as honras fúnebres.
      Durante os milênios da humanidade a obra tem sido estudada de diversas maneiras. Ora rechaçada assumindo roupagem de paganismo, ora elevada aos patamares da genialidade humana. Cabe a cada época estabelecer seus pilares morais e éticos. Cabe a nossa época resgatar valores morais sólidos que ficaram perdidos em uma literatura de excelente valor artístico. Não seremos de maneira alguma acusados de anacronismo ao louvarmos as figuras construídas por toda a obra e nem muito menos seremos acusados de paganismo alienado diante do deleite e da beleza da mitologia greco-latina. Seremos, antes de tudo, presenteados com tamanha explosão catártica. Seremos contemplados com impressionante criação estética e aprisionados pela paixão que o homem desenvolve pela leitura após contato com obra de tamanha importância para a humanidade.
 
Sobre Helena de Tróia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Helena_%28mitologia%29
http://www.infopedia.pt/$helena-de-troia;jsessionid=Q5qhDndKB4rCkkGgaiN-AA__
http://greciantiga.org/arquivo.asp?num=0380
 
Sobre a Família Real Troiana:
http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/gregos-x-troianos-luta-homens-deuses-434046.shtml
http://ateliedehistoria.blogspot.com.br/2009_11_01_archive.html